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Fotografe em contraluz com a técnica HDR


Já tentou fotografar em contraluz, sem conseguir registar ao mesmo tempo os detalhes nas zonas de luz e de sombra? Ou captar uma cena com elementos claros e escuros mas obteve uma imagem sem graça nenhuma, com manchas luminosas e sombrias? Se sim, preste atenção. É este tipo de problema que a fotografia HDR ajuda a ultrapassar.

A razão destas dificuldades é que as câmaras fotográficas ainda estão longe de se poderem comparar ao conjunto olho/cérebro humano no que se refere ao alcance dinâmico. Isto é, nós conseguimos registar os detalhes de cenas com muito maior gama de luminosidade. Por exemplo, se estivermos ao pé de uma janela, conseguimos distinguir detalhes tanto nas zonas de sombra como nas de luz, enquanto a câmara só o consegue numa delas. Ou regista bem os claros, apresentando as zonas de sombra como manchas escuras, ou regista bem os escuros, mostrando as zonas de luz como áreas de branco brilhante.

Para obter fotografias com luminosidade mais equilibrada, recorre-se à técnica do HDR (“high dynamic range” que significa “grande alcance dinâmico”). Esta técnica combina várias fotografias tiradas com diferentes níveis de exposição, de modo a obter uma imagem única, a fotografia HDR, capaz de revelar os detalhes tanto nas zonas escuras como nas claras.

Formas de obter uma fotografia HDR

A forma mais simples de obter uma fotografia HDR é usar o modo HDR automático que muitas câmaras dSLR possuem. Por exemplo, as dSLR da Canon têm o chamado Modo de Cena HDR Backlight Control (Controlo de Contraluz HDR). Neste modo, a câmara tira três fotografias sucessivas com diferente exposição e combina-as, fornecendo uma fotografia HDR. Consulte o manual da sua câmara para ver se possui um modo HDR automático e como pode selecioná-lo. É geralmente muito fácil.

Muitos smartphones também têm um modo HDR automático. O iPhone, por exemplo, tem uma função HDR muito fácil de usar, como explicamos aqui.

A forma clássica de obter fotografias HDR permite maior controlo sobre o resultado final, mas é mais complicada. Fotografa-se várias vezes a mesma cena, variando os parâmetros de exposição (abertura e velocidade) e depois utiliza-se um software adequado para combinar as diferentes fotografias numa só imagem.

É possível simplificar um pouco, recorrendo à função AEB (“auto exposure bracketing” que significa “variação de exposição automática”), que a maioria das câmaras dSLR também possui. A função AEB faz com que a câmara tire automaticamente as várias fotografias (três ou mais, dependendo da câmara), variando a exposição de cada uma delas dentro de uma gama que é escolhida pelo utilizador.

Filtros HDR

Por vezes, contudo, só descobrirmos o problema na imagem depois da sessão fotográfica. Nesse caso há ainda a possibilidade de tentar melhorar a fotografia, num programa de edição de imagem, aplicando um filtro que simula o efeito HDR.

O Photoshop, por exemplo, tem esta funcionalidade. Outro editor de imagem que permite fazer este tipo de transformação é o Pixlr, o editor online e gratuito de que falámos neste post anterior. Vá a Filtro > Mimic HDR e já está!

Os filtros têm também a vantagem de permitir aplicar o efeito HDR seletivamente, apenas nas zonas da fotografia em que ele é necessário, afetando assim o menos possível a naturalidade da imagem. Veja-se o exemplo da fotografia abaixo, em que a textura do papel amarrotado foi realçada pela aplicação localizada de um filtro HDR. Para detalhes sobre como aplicar esta transformação, veja este tutorial.

Qualidade das imagens HDR

É claro que uma coisa é obter uma fotografia HDR e outra é obter uma boa fotografia HDR. No caso da fotografia culinária, a qualidade da fotografia depende muito da sua naturalidade. E, de facto, a naturalidade das fotografias HDR varia muito. Temos desde reproduções apelativas do que os nossos olhos veem até obras de arte hiper-realistas e um pouco tenebrosas, nada adequadas à fotografia culinária.

Habitualmente considera-se que o risco de obtermos imagens estranhas é tanto maior quanto mais automatizada a técnica HDR. Mas isto não é totalmente verdade porque as câmaras digitais, incluindo as dos smatphones, têm evoluído rapidamente. Muitas apresentam já modos HDR totalmente automáticos, capazes de resolver situações com nível de contraste significativo sem resultarem em imagens exageradas. Veja-se por exemplo a qualidade da fotografia de capa deste post, obtida com uma dSLR Canon EOS 100D (modelo Rebel SL1 nos EUA) no Modo de Cena HDR Backlight Control, que não teve mais alterações do que um ligeiro aumento da saturação, como qualquer outra fotografia, e uma remoção de ruído no Pixlr (Filtro > Silenciar).

De uma forma geral, a técnica HDR introduz ruído nas imagens. Este pode, como referido, ser removido com programas de edição de imagem com o Photoshop ou o Pixlr. Mas isto tem outra desvantagem que é a de se perder detalhe, retirando a vivacidade da fotografia. O problema do ruído é tanto menor quanto maior o número de imagens individuais utilizadas para obter a fotografia HDR.

Cuidados a ter

  1. Para minimizar o ruído, mantenha o ISO o mais baixo possível, de preferência abaixo de 400. Veja aqui o que é e como controlar este parâmetro fotográfico.

  2. Segure muito bem a câmara ou use um tripé. Isto porque, como a câmara tem que capturar várias imagens e combiná-las numa única, o processo leva algum tempo, havendo o risco de a câmara se mover durante a captura, o que reduz a qualidade da fotografia HDR

A técnica HDR revela o detalhe das imagens. Isto pode ser precioso na fotografia de culinária pois são as pequenas nuances de luz e de sombra que tornam a comida visualmente apelativa. Como regra geral, para fotografias em contraluz ou em qualquer outra situação em que as sombras apareçam muito escuras ou os claros muito brilhantes, experimente o HDR para criar uma exposição mais equilibrada.

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